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segunda-feira, dia 30 de julho de 2018
ABERTURA DA EXPOSIÇÃO
Decorreu, no passado sábado, dia 28 de julho, a abertura da exposição “Profiles”, na Biblioteca Municipal de Santa Cruz da Graciosa, que contou com a presença de muitos graciosenses e estará patente naquele espaço até 29 de agosto.
A Câmara Municipal apoiou este projeto de arte dedicado à Graciosa, realizado por Premiata Ditta, com a colaboração dos habitantes da nossa ilha. O envolvimento dos graciosenses neste projecto artístico é a essência do mesmo, tendo-se desenvolvido uma relação de proximidade social entre os artistas e a população local. O resultado final é apresentado através de desenhos à mão e as experiências vivenciadas serão relatadas através de um livro.
Os autores do projecto, na sua nota de imprensa, revelam o seguinte:
“Há mais de 10 anos que visitamos o arquipélago dos Açores, sendo cada uma das suas ilhas tão particular e diferente da outra. Propusemos às instituições locais um projecto dedicado aos habitantes destas ilhas e à sua história, a partir da Graciosa, um lugar ao qual nos sentimos fortemente ligados. A partir de alguns amigos locais e da sua ajuda, conseguimos envolver um certo número de pessoas que nos permitiram entrar em suas casas e escolher os temas dos nossos desenhos: cantos pessoais e os respetivos bens, eletrodomésticos, memórias, o contraste entre a limpeza e a sujidade do dia-a-dia. No âmbito dessas visitas, os habitantes contaram-nos as suas próprias histórias e a história da ilha.
A partir de 28 de julho, apresentaremos os desenhos e as histórias em forma de exposição na Biblioteca Pública de Santa Cruz, na Graciosa, que será sucedida por um livro / catálogo. Através de desenhos e palavras (nossas e deles) e com grande envolvimento queremos criar “retratos” das pessoas e do território onde habitam.
Profiles é, aparentemente, uma ideia simples, mas encontra algumas dificuldades, pois vai além do limiar íntimo e revela a despersonalização pela qual todos nós somos subjugados exatamente numa fase histórica que nos força a destacar a nossa singularidade.
Este projeto faz parte de uma série de trabalhos através dos quais pretendemos detetar os efeitos da globalização e mercantilização dos indivíduos, o que leva a identificar as pessoas apenas como consumidores. (Veja a definição de “perfil digital” da internet e dos órgãos de comunicação social).
Neste caso particular, estamos interessados em perceber a constante evolução das tradições e ainda como é que elas estão sobrevivendo numa época de capitalismo global, um tempo conduzido pela lógica totalitária de aceleração e alienação das pessoas daqueles objetos (produtos) que traçam as suas identidades, moldam as suas paisagens mentais afetando os territórios onde todos vivemos.
Em muitos dos nossos trabalhos procuramos chamar a atenção in loco para contribuir com uma reflexão sobre a possibilidade de criar novas economias e novos estilos de vida, mais lentos e mais cuidadosos com as relações humanas e com a relação entre a humanidade e a natureza.”
Anna Stuart Tovinni & Vincenzo Chiarandà
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